Um blog dedicado a tendências da moda informa o fim do injusto ostracismo da pochete, que volta a ser passível de utilização, inclusive em passarelas internacionais, assim como a calça jeans e o tênis colorido. Este fato causa uma convulsão em meu feed de notícias do Facebook e observo alguns twitts sobre o tema, não sem algum interesse na polêmica.

O fato é que, apesar dos seus detratores que a tratam como coisa retrógrada, a pochete é a precursora de um conceito absolutamente contemporâneo: tenha tudo à mão o tempo inteiro. Qualquer semelhança com tablets e smartphones não é mera coincidência! Sem exagero, podemos afirmar categoricamente: a pochete é, conceitualmente, a mãe dos gadgets!

Ao contrário de bolsas, mochilas e sacolas – acessórios da mesma classe da pochete: guardadores de badulaques -, cujo design propicia a bagunça anárquica de carteiras, batons, fones de ouvidos (eternamente embaraçados em nós indesfazíveis), chocolates e chaves, a pochete compacta, posta orgulhosamente na cintura ou descoladamente no ombro oposto à mão hábil, separa as coisas por suas funções, ajudando o cérebro no esforço de saber onde cada coisa está. Ainda haverá estudo científico comprovando que o limbo imposto às pochetes aumentou em muitíssimos porcentos a perda de chaves e chaveiros, causando desentendidos e até rompimentos amoroso-afetivos!

É, portanto, completamente injusta, a perseguição aos que usam ou usaram pochetes em algum momento de suas vidas. Na verdade trata-se de visionários, homens à frente dos seus tempos, que agora reabilitados, podem tirar a poeira de suas pochetes de couro – ou de pano -, libertando-as dos guarda-roupas e dando-lhes o status que merecem, de acessório elegante, como os pentes de osso e os relógios de ponteiro.

Sempre aparecerão os saudosos, aqueles que não conseguem enxergar o próprio conservadorismo antiquado, mas o tempo não para, e a tendência, para a classe dos guardadores de badulaques, já pode ser vista e sentida com clareza: o futuro é da pochete!