Faca na margarina de comercial que jorra sangue coagulado na mesa de café da manhã.
O alto Cristo de braços abertos abençoa favelas ocupadas recebendo o incenso dos pneus queimados.
A torneada morena manhosa do baile que rebola será noiva e estuprada.
O menino alegre no jogo de bola que sorri e te mata.
A lírica morte de Dom Fernão é notícia de chamada no jornal da noite: “a triste notícia da morte de Fernão…”
Pois na novela de comédias suburbanas as tragédias são privadas: “não entre, cão feroz”.
Curtir o divertido safári urbano da selva de cimento humano.
Ou ouvir a doce seresta exclusiva aos milicianos.
E aplaudir pôr-do-Sol maresia logo ali o esgoto.
Andar no trem de alegria e o rodo cotidiano.
A paz de uma lata de cola e o amar bossa nova caprichoso e quietinho do cachimbo de crack.
Enfim dormir e não acordar por debaixo dos viadutos das praias de marés de balas perdidas.
Este é um convite turístico;
Bem Vindo ao Rio.