O discurso proferido por Emma Watson no último sábado (20) representa, em certa medida, uma mudança de paradigma no movimento pela igualdade de gênero e dá novos contornos ao feminismo. O texto, que tem provocado burburinho dentro e fora do movimento, sugere soluções para um dos maiores contrassensos do feminismo: a exclusão do homem.
As palavras de Emma Watson não estavam direcionadas apenas às mulheres, mas também aos homens. Ela, de fato, fez um convite formal para que os homens se aliem ao movimento, o que parece ridículo para muitas feministas da atualidade. Existe, no geral, uma recusa ao interesse masculino em ser protagonista do feminismo (recusa que também tenho, uma vez que a mulher é a primeira interessada nisso tudo).
O que, num primeiro momento, pode parecer fraqueza e insegurança, revela a abertura do feminismo para métodos mais eficientes de empoderar as mulheres e atingir um patamar ideal de igualdade. Para além de rotular todo e qualquer homem como machista (pela sua formação histórica e social), o feminismo começa vislumbrar a possibilidade de apoio, no lugar da guerra.
O problema do feminismo — enfrentado até mesmo por aqueles que são simpatizantes e apoiadores da causa — é a dificuldade em encontrar espaço para o diálogo. Se o feminismo fosse um clube, a placa na entrada teria os dizeres “entrada proibida para homens”.
Claro, é sabido que o feminismo aborda questões seríssimas, luta por um patamar ideal de igualdade, uma necessidade básica que assusta pela sua obviedade. A questão que se coloca é a seguinte: como alcançar esses objetivos? Emma Watson pode ter essa resposta.
**Se o texto apresenta conteúdo machista (tudo é possível!), entre em contato. Estamos abertos ao diálogo.