Um santuário do saber. Lugar onde conversas passeiam a luz da embriaguez e traz à tona os fluídos mais preciosos dos sentimentos humanos.

– Desce mais uma cerveja, por favor!

Ao som de Legião, um maço de cigarros e na companhia de pessoas que tenham um bom papo literário, o álcool vai subindo à cabeça e faz com que esqueçamos um pouco da rotina do trabalho que nos condena, e também faz da imaginação alcooliterária uma forma de estarmos num mundo, talvez, das ideias.

– Empresta-me o isqueiro?!

Vejo uma igreja em frente, ouço pastores manipulando seu rebanho, pergunto-me que tipo de louco sou, pois vejo mais lucidez no garçom que me atende do que naquele líder religioso. Não me importa. Então, agora, cito uma frase de Raul Seixas aos meus companheiros de mesa: “quero a loucura dos loucos que brilham, pois se o louco persistir em sua loucura acabará sábio.” De onde veio isso? Não sei. Já falei e agora é tarde. Olho para meu companheiro e acho que ele vai retrucar… Nada. Pelo visto ele não entendeu o que falei.

– Com licença, vou ao banheiro.

Durante o percurso de volta à mesa percebo que os passos já não são os mesmos, as pessoas estão, na sua maioria, mais felizes. Pois o ambiente é agradável, a música é boa e o papo é bem progresso.