Por que as pessoas escrevem?

Todo mundo alguma vez na vida já escreveu alguma coisa, seja uma carta, uma mensagem de aniversário, um cartão postal, um bilhete para uma garota ou cara de quem você esteve a fim mas não teve coragem de tomar a iniciativa, uma frase no Facebook, ou páginas e páginas de diários onde milhões de garotas (e alguns garotos) desabafam sobre seus dias, seus medos, paixões, desejos e sonhos.

Mas de onde vem toda essa vontade e essa necessidade de escrever? Por que algumas pessoas simplesmente não conseguem viver sem um espaço para transferir seus pensamentos, sentimentos e opiniões? Por que essa ânsia de saber que o que está na sua mente não ficará apenas lá? Escondido onde ninguém pode ver, correndo o risco de desaparecer como se jamais tivesse existido?

Bem, a resposta está na própria pergunta, ninguém consegue viver sem um espaço para expor o que pensa, o que deseja, o que sente e o que acha. Não precisa ser nada muito elaborado, nem um artigo em uma revista ou site, ou uma matéria no jornal, você não precisa que alguém leia e comente sobre, basta você saber que seu escrito está lá, que você fez, que você colocou para fora de alguma forma.

O papel e a caneta (ou o word e o teclado) são como válvulas de escape que usamos para deixar fluir o que não cabe mais dentro de nós, onde podemos nos expor sem sermos repreendidos, é como se fosse um amigo que não te critica, não te julga e nem dá palpite, que ouve tudo o que você tem a dizer, sem interromper, nem dormir durante a conversa, mas que em compensação, também não pode te dar um ombro para chorar quando o que você tem a dizer, é um desabafo de um dia ruim.

Pessoas escrevem porque não conseguem falar sobre tudo, mesmo com aqueles que chamam de melhores amigos. As vezes por medo de sobrecarregá-los, ou apenas por não conseguirem ouvir sair de sua boca, palavras que sua mente não para de gritar.

Na maior parte dos casos, não conseguimos expressar em alto e bom som o que estamos sentindo, mesmo em momentos de extrema felicidade, mas ao juntarmos papel e caneta, sabemos exatamente o que colocar lá.

Escrever é um alívio para alguns, assim como o álcool é para outros, a diferença é que usamos as palavras em papéis e documentos para eternizar algo (ou para tirar algo de dentro de si e se sentir mais leve para prosseguir), sejam dores, ou momentos de alegrias, detalhes de um encontro, as promessas que fazemos pro ano seguinte, ou talvez o dia em que você conheceu o cara com quem se casará anos depois. Já o álcool é uma forma de esquecer alguns acontecimentos, ou quem sabe o encontro que te fez conhecer o cara com quem se casaria anos depois e de quem acabou de se separar. É uma maneira diferente de se abstrair da realidade e procurar outros caminhos.

Você não precisa de um dom para escrever. Não precisa que elogiem os teus escritos para saber que eles são algo único. Você não precisa ser reconhecido para ser um bom escritor. Você só precisa saber que é algo que todos nós somos um pouco. Escritores, críticos, músicos, diretores, professores. Nós estamos cheios dessas pessoas dentro de nós, que aparecem a todo momento, mas de forma discreta, sem que percebamos.

Por tanto, como diz Antônio: ”Quando sentir, escreva”. Escreva sobre sentir, ou sobre não sentir. Escreva sobre algo especial que te aconteceu, ou sobre algo que você gostaria que tivesse acontecido. Eternize suas risadas, seus sonhos, seus desejos.

Escrever proporciona às pessoas a possibilidade de pensar, de refletir, de descobrir mais sobre quem se é e o que se quer, ou sobre quem se quer ser e aonde se quer ir.

Escrever é libertador!