Cassinos têm como interesse maior deixar seus visitantes à vontade e em casa. Afinal de contas, a casa ganha uma porcentagem do que é jogado e é sempre bom quando o visitante fica bastante tempo jogando. Para isso, eles investem em uma estrutura aconchegante que faz o jogador permanecer no estabelecimento o quanto quiser, e do lado de fora são sempre chamativos. Neste artigo, iremos listar os cassinos com as mais belas arquiteturas do mundo.
Revel Casino
O Revel Casino fica em Atlantic City, New Jersey. O cassino é um dos maiores exemplos de arquitetura moderna. Foi desenhado pela firma Arquitectonica e custou $2,5 bilhões para ser acabado, mostrando muita sofisticação e luxo. A parte exterior do prédio é toda feita em vidro espelhado, permitindo que o oceano que cerca o prédio seja refletido nele. Além disso, no topo dos seus 74 andares tem uma bola de luz que pode ser vista a quilômetros de distância.
Narragansett Casino
Situado em Rhode Island, Estados Unidos, o Narragansett Casino tem como entrada o Towers, uma construção que foi feita em 1880. Apesar deste cassino de Rhode Island ter acabado faz tempo, o local ainda é ponto turístico e está no Registro Geral de Lugares Históricos americanos, por reconhecimento à sua história e estrutura no estilo Shingle da era vitoriana.
Após ter sobrevivido a incêndios e furacões, hoje o antigo cassino serve como espaço de festas, peças, shows de moda e casamentos.
Atlantis Casino and Resort
Considerado um dos cassinos mais famosos do mundo, o Atlantis Casino and Resort fica em Paradise Island, Bahamas. Ele faz parte de uma estrutura de várias torres do Atlantis Resort, como pode ser visto abaixo.
Pela arquitetura impecável e pela localização paradisíaca, o Resort em que o cassino fica é conhecido por receber celebridades de todos os ramos. Por exemplo:
– Serviu de set para os episódios “The Bahamas 1 & 2” da série “My Wife And Kids”.
– Apareceu em “Casino Royale”, filme da franquia 007.
The Venetian Macao
Macau – China é um dos maiores paraísos quando o assunto é apostar alto. O lugar só perde para Las Vegas neste quesito. Vários jogadores americanos de poker migraram para o local desde que o esporte foi proibido nos Estados Unidos. Um dos motivos para a escolha é que vários milionários chineses vão até Macau para se divertir e apostar quantias absurdas de dinheiro. Criado pela empresa Las Vegas Stands, o Venetian Macao foi modelado a partir do Venetian de Las Vegas, da mesma empresa. É considerado o maior hotel de estrutura única da Ásia e o terceiro edifício mais alto do mundo, o que por consequência faz com que o cassino também seja o maior do mundo. São 3 mil suítes, 149 mil m² de espaço comercial e 51 mil m² de casino, com 3.400 caça-níqueis e 800 mesas de jogos.
Criado em 2007, os responsáveis pela arquitetura foram as firmas internacionais Aedas e HKS, Inc. A última foi responsável por obras como Atlantis Paradise Island, mencionado acima, o estádio do time inglês Liverpool e vários estádios de times de futebol americano, como o dos Cowboys e o dos Vikings.
O cassino é dividido em quatro áreas, nomeadas Golden Fish, Imperial House, Red Dragon e Phoenix. Nomes legais, não?
Durante o tempo de escola aprendemos algumas funções do corpo humano. Porém, é comum que naquele período não tenhamos dado muita atenção para esse conteúdo. Mas, temas relacionados ao corpo, saúde e medicina tem ganhado a atenção do público, por meio de filmes, séries e documentários. Esses conhecimentos, adquiridos de uma forma mais lúdica, podem ajudar até a prevenir algumas doenças.
Se você é do time que curte documentários, é possível aprender muito com essas obras sobre as funções de cada órgão do corpo. A Netflix apresenta em seu catálogo alguns títulos interessantes sobre o tema. Separamos três sugestões a seguir.
O Começo da Vida
“Quando você dá atenção ao começo da história, ela pode mudar por inteiro”. É esta ideia que inspira o documentário O Começo da Vida. Dirigido por Estela Renner (que também dirigiu os filmes Muito Além do Peso e Criança, a Alma do Negócio) e produzido pela Maria Farinha Filmes, o longa aborda a importância da primeira infância – da gestação até os 6 anos de vida – e dos relacionamentos que acontecem nessa fase para o desenvolvimento de cada ser humano.
O documentário ensina que os registros emocionais, tanto para o bem quanto para o mal, têm um peso muito maior nesse período, é um momento de formação, de criação, de estrutura da pessoa.
Apresentado pelas ONGs Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Bernard Van Leer Foundation, Instituto Alana e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o documentário foi gravado em nove países: Brasil, China, França, Itália, Argentina, Estados Unidos, Quênia, Índia e Canadá.
O filme mostra famílias de culturas, etnias, classes sociais e formações muito diferentes, mas que têm um objetivo em comum: dar amor e carinho aos seus filhos e permitir, assim, que eles cresçam livres e capazes para construir um mundo melhor.
My Beautiful Broken Brain
É um dos poucos documentários originais do Netflix e, quem conhece, sabe da qualidade das produções que a rede de vídeos por Streaming assina. Além disso, mostra todo o drama de uma mudança radical na vida de uma jovem após um acidente vascular cerebral do tipo hemorrágico, tipo de caso comum de se encontrar durante a carreira médica.
Ver o drama de um paciente tão de perto pode ser útil para respeitarmos ainda mais o sofrimento dos pacientes que passaram por esse problema. Além é claro, da experiência de ver a repercussão neurológica da doença o que torna mais interessante o estudo da fisiologia do sistema nervoso central.
Produzido por David Lynch (criador de Twin Peaks), Sophie Robinson e Lotje Sodderland, o documentário nos remete à nova condição da personagem. Acompanhamos suas mudanças cognitivas e consequentemente, as mudanças que definiam sua personalidade.
A nova Lotje parecia ter perdido sua individualidade, até que, sua nova condição, transforme-a em alguém ainda mais especial. O filme consegue apresentar a beleza de um cérebro “quebrado/partido” e como este continua sendo misterioso e extremamente complexo.
Mesmo em situações em que se encontra frágil e fragmentado, a consciência parece agir, de maneiras cada vez mais distintas e pouco exploradas.
Resistance
A resistência de bactérias a antibióticos foi considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma ameaça global que está atingindo, segundo relatório da instituição, milhões de pessoas em várias regiões do mundo.
Estudos mostram que o planeta se encaminha para uma era pós-antibiótico em que pessoas morrerão por infecções simples que são tratadas há décadas. Ver esse documentário ajuda a entender como chegamos até aqui e o que fazer para combater o problema.
O documentário alerta inclusive que a prevenção, por meio de vitaminas e alimentação saudável, pode ser uma das saídas para o problema. Segundo o portal SaudavelEForte, o mercado já oferece muitas opções de suplementos e produtos naturais para auxiliar no bom funcionamento do organismo, o que poderia evitar o uso de remédios como o antibiótico.
A produção é composta por relatos de cientistas, pacientes e familiares que evidenciam o quão grave é o problema. O título nos convida a refletir sobre possíveis alternativas para a atual situação.
E aí, já conhecia estes documentários sobre o corpo humano? Conhece algum outro que deveria estar nesta lista? Compartilhe conosco nos comentários!
Entre competições culinárias e narrativas sobre os grandes chefs da atualidade, não faltam espetáculos gastronômicos fascinantes e de alto calibre na Netflix. Recentemente, os documentários de culinária estão alcançando novas alturas à medida que chefs, donos de restaurantes e diretores usam a gastronomia para explorar uma série de questões atraentes, como viagens e reality TV.
E mesmo que você não seja uma pessoa de documentários, essas produções são tão envolventes em termos visuais e de assuntos que irão garantir que você também se junte à turma #foodporn. Todos esses documentários sobre comida na Netflix valem muito a pena e estão disponíveis para transmissão imediata.
Jiro Dreams of Sushi
Você vai repensar tudo o que acha que sabe sobre sushi depois de assistir a este aclamado documentário. O filme conta a história de Jiro Ono, considerado o maior chef de sushi do mundo, e dá uma espiada por trás da cortina de seu discreto restaurante premiado com estrelas Michelin. Sua culinária atrai pessoas de todo o mundo e os pratos podem chegar a custar 300 dólares. Embora este documentário de gastronomia tenha sido lançado há anos na Netflix, ele nunca sairá da lista dos melhores.
Sustainable
Ao acompanhar o cotidiano de uma fazenda de um agricultor de sétima geração no Estados Unidos, Sustainable joga luz sobre a beleza e a necessidade de uma agricultura sustentável e as desvantagens da industrialização do cultivo. Tudo sem criar alardes.
Em vez disso, o filme enfatiza os benefícios da agricultura sustentável para a terra e para a saúde, através das lentes de agricultores e chefs que se comprometeram a comprar ingredientes locais. O tom é mais esperançoso do que condenatório e a linda cinematografia deixa tudo ainda mais gostoso.
Chef’s Table
Com cinematografia arrebatadora, excelente trilha sonora e acesso ilimitado aos melhores restaurantes do mundo, Chef’s Table é a série de comida mais assistida na Netflix. Nos últimos quatro anos, o projeto documental do diretor de Sushi de Jiro Dreams, David Gelb, tornou-se tão popular que inspirou numerosas imitações e mais de algumas paródias.
Um grande atrativo da série é que ela oferece vislumbres de bastidores em algumas das experiências gastronômicas mais disputadas do mundo: da tradicional cozinha de lenha e fogão de chefs clássicos à modernidade de chefs que com um desidratador de alimentos e nitrogênio líquido podem criar uma sobremesa inesquecível.
Muitos dos restaurantes apresentados na série são extremamente caros ou de difícil acesso, então tudo ganha um ar voyeurista.
Salt, Fat, Acid, Heat
Baseado no best-seller de mesmo nome, esta série de documentários está dividida em quatro episódios: sal, gordura, ácido e calor. A autora e chef Samin Nosrat viaja pelo mundo para explorar como essas quatro características simples desempenham um papel fundamental em cada refeição. Em toda a série, a energia e a paixão de Samin pelos alimentos são contagiantes. Este é um documentário qualquer um que se deleite com o sabor e a alegria de uma boa refeição.
Já pensou em colocar o seu personagem de cinema ou filme favorito como o tema de decoração em algum ambiente da sua casa? Designers de todo o mundo encararam o desafio e desenharam projetos incríveis para seus clientes, com o objeto de inspiração de cada um. A grande sacada é usar de elementos de destaque, como pôsteres ou adesivos com o principal e incrementar com objetos que sigam o mesmo pantone de cores.
Audrey Hepburn e Marilyn Monroe são algumas das queridinhas do cinema que frequentemente estão presentes em objetos de decoração. Seja emoldurada em quadros, ou estampadas nos móveis, dá para adaptar a qualquer personagem e fazer com que o ambiente combine com o seu gosto pessoal.
Se você não consegue arcar com um profissional ou prefere fazer por conta própria, existem algumas dicas simples de DIY (do it yourself), que podem te ajudar a criar detalhes únicos para o seu quarto. Como nos explica o portal magodasferramentas.com.br, utilizando algumas ferramentas em que não é preciso ter grandes habilidades e muita experiência para manusear, como martelo, chave de fenda e parafusadeira, você já poderá transformar seu quarto ou qualquer outro cômodo em um verdadeiro tributo a seu personagem favorito.
Aqui listamos algumas ideias de objetos que podem ser feitos por você para deixarem o seu quarto com elementos de cinema.
1- Pôster com moldura com LED
Você pode criar para qualquer espaço um clima de cinema com estilo dos cartazes de divulgação. Para isso, imprima uma imagem de pôster do filme que deseje e incremente-o com uma moldura feita por você colocando luzes de LED ao redor dela. O material é fácil de encontrar e fica muito bonito.
Escolha a imagem do filme que desejar. Imprima em papel tamanho A3.
Cole-a em papel cartão preto numa medida maior que a do cartaz e centralizada. Cole o papel cartão no papel paraná com a mesma medida.
Compre luzinhas de LED adesivas. (Se preferir, pode usar pisca pisca de bolinha.) Cole-as ao redor do cartaz, no papel paraná.
Posicione na parede, e pronto!
2 – Adesivo nos móveis
Quer dedicar um espaço maior para estampar o seu personagem preferido? Uma das maneiras mais fáceis de conseguir um novo visual no quarto é customizar o seu armário. Você pode ir numa loja especializada em adesivos e pedir para imprimir a imagem que preferir. Para renovar o que quarto você deve seguir esse passo a passo:
Tire as medidas do móvel. É importante deixar um espaço em branco maior do que o necessário para você conseguir acertar direitinho.
Vá colando devagar e com muito cuidado com a ajuda de uma régua ou outro objeto liso, para evitar criar bolhas de ar.
Corte com o estilete as partes que ficarem sobrando.
E pronto! Seu móvel com inspiração de cinema estará pronto. Agora, coloque os outros elementos escolhidos para complementar o design do ambiente escolhido.
3 – Jogo de quadros
O uso de jogo de quadros está em alta no mundo da decoração DIY. É fácil, rápido e barato de fazer. Para isso, você só vai precisar escolher os formatos e tamanhos das molduras, de acordo com o desenho definido, e decidir quais as imagens usar.
Nos últimos meses, começaram a chegar às farmácias brasileiras os primeiros medicamentos feitos à base de maconha produzidos no país. Vários avanços legais recentes permitiram este fato, que tem o potencial de beneficiar milhares de famílias em todo o Brasil, já que o canabidiol, composto da cannabis que tem efeito anticonvulsivante, pode ser utilizado em pacientes com mal de Parkinson, ansiedade, epilepsia entre outras doenças.
Para que você entenda mais sobre esse assunto, separamos uma lista com 4 documentários sobre maconha medicinal. Confira já!
1. Maconha Medicinal: Cura ou Crime
Este documentário de uma hora e meia, disponível na Netflix, acompanha a história de cinco famílias com filhos que são pacientes de câncer. Entre as histórias, há crianças que utilizam medicamentos à base de cannabis em conjunto com outros tratamentos, e as que apelaram para os remédios de maconha depois que outros métodos falharam.
Enquanto mostra a história das crianças, o filme traz depoimentos de médicos, de cientistas e de pacientes que conseguiram a cura através da maconha medicinal. Além disso, também mostra como o preconceito contra a planta atrapalha o tratamento de muitas pessoas ao redor do mundo, evidenciando a necessidade de mais avanços legislativos que podem salvar vidas.
2. Explicando: Maconha
A série “Explicando”, da Netflix, consegue abordar profundamente diversos assuntos, através de um viés científico, mas com linguagem simples e acessível.
Por isso, o 12° episódio da primeira temporada, sobre a maconha, é uma ótima maneira de entender as diferentes características e propriedades da tão polêmica planta.
The oldest traces of recreational cannabis date back a stunning 2,700 years. Pot has co-evolved with humans ever since.
Este documentário, também disponível na Netflix, não foca no lado medicinal da erva, mas traz reflexões extremamente necessárias para entender os motivos que fizeram com que a planta se tornasse proibida.
A premissa do filme é que ao analisar a história do movimento proibicionista da maconha, que dificulta a vida de todos que precisam da planta para o tratamento de doenças, é possível perceber grandes marcas de racismo.
Para evidenciar essas relações, o filme faz uma retomada histórica da música norte-americana, do jazz até o rap, mostrando foi construída uma narrativa que associa a planta às culturas negras e latinas nos Estados Unidos. Entre os entrevistados, estão grandes astros da música, como Snoop Dogg, Darryl DMC e Damian Marley.
4. Ilegal: a vida não espera
É fundamental a indicação do documentário “Ilegal: a vida não espera”, pois ele mostra a história de famílias brasileiras que dependiam da maconha medicinal para melhorar a qualidade de vida e auxiliar no tratamento de crianças com diferentes doenças. Tudo isso, antes das recentes conquistas que legalizaram a comercialização dos medicamentos no Brasil.
Por isso, é importantíssimo para entender a urgência destas normas. Antes do filme completo, a equipe de produção divulgou um curta-metragem, em busca de arrecadar coletivamente fundos para a finalização do documentário.
Mais um Rock in Rio está chegando e com ele muita expectativa para conferir as novidades de 2019. O evento, criado em 1985 pelo empresário Roberto Medina, já completou 30 anos, mas busca se inovar a cada edição e agradar o maior número de amantes da música.
Em 2019 o Rock in Rio será realizado entre os dias 27 e 29 de setembro e de 3 a 6 de outubro, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. Os ingressos para o festival já estão esgotados e segundo a organização, 700 mil entradas foram vendidas para os 7 dias de shows. Se você foi um dos sortudos, garantiu seu ingresso e quer saber o que esperar da edição deste ano, confira detalhes da estrutura a seguir.
Ainda maior!
Se você participou do Rock in Rio em 2017 e achou a área do evento grande, prepare-se para andar ainda mais neste ano. O evento passará a ter uma área de 385 mil m², ou 60 mil m² a mais em relação à edição de 2017, com funcionamento entre às 14h e 4h da manhã. O número de banheiros (que não são químicos) também cresceu para quase mil.
Os visitantes terão ainda à disposição um balcão de 500 metros para compra de bebidas, comidas e produtos licenciados do Rock in Rio.
Palcos
O festival vai muito além dos palcos, porém, é neles que a magia acontece. O evento apresenta dois palcos: Mundo e Sunset.
No Palco Mundo é onde as principais atrações musicais se apresentam, logo, é onde há a maior concentração de tecnologia de som e imagem para que todo o público possa ouvir e ver com qualidade os artistas mais esperados.
Desde a primeira edição muita coisa mudou. A engenharia de som evoluiu, expulsou qualquer chance de improviso e ganhou tecnologia em microfones, mesas de som profissionais e outros equipamentos. A velha parede de caixas de som, montada no fundo do palco, ficou no passado. Hoje, um moderno sistema de sonorização garante que a música chegue com a mesma qualidade e definição para todo o público – independentemente do tamanho dele.
O Palco Sunset é o espaço dedicado a parcerias do festival e também recebe grandes nomes da música e possui uma estrutura um pouco menor, porém, com a mesma qualidade sonora.
Arenas
Pela primeira vez, as três arenas olímpicas estarão em pleno funcionamento e com atrações inéditas, tudo dentro da área do festival. Saiba quais serão as atrações:
Fuerza Bruta
Durante o Rock in Rio 2019, o público vai poder conferir o espetáculo do famoso Fuerza Bruta. O grupo, que é conhecido por suas performances inovadoras, cenografias criativas, além de danças e acrobacias incríveis, preparou uma atração especial e exclusiva para o Rock in Rio, que passará por toda a história do festival.
A atração estará aberta ao público todos os dias do festival, e acontecerá em sessões diárias de aproximadamente 30 minutos.
NAVE – Nosso Futuro é Agora
Outra atração imperdível e inédita que vai ocupar o Velódromo Olímpico, da Cidade do Rock, é o espaço “NAVE – Nosso futuro é agora”. A ideia, que surgiu em uma parceria entre Rock in Rio e a Natura, terá um espaço criativo e aberto para a arte, a música e a tecnologia multimídia, tendo como propósito trazer o olhar para o futuro.
Tudo isso acontecerá com a maior tela de projeção do mundo, com 5.400m2, onde o público viverá experiências sensoriais que prometem transformar o pensamento de quem passar por ali. A atração estará aberta ao público todos os dias do festival, e acontecerá em sessões diárias de aproximadamente 30 minutos.
Gameplay Arena
E, como não poderia faltar no Rock in Rio 2019, uma das arenas será transformada em uma grande área para todos os amantes de games e tecnologia.
A Gameplay Arena irá reunir todas as novidades, inovações do mundo gamer, além de competições e demonstrações e gameplays imperdíveis. A atração estará aberta ao público durante todos os dias do festival.
Espaço Favela
A primeira novidade anunciada pela organização do festival foi o Espaço Favela. Uma nova estrutura que tem como um dos objetivos dar visibilidade à diversidade e à pluralidade das comunidades cariocas.
Segundo Zé Ricardo, da CUFA e o grupo Nós do Morro, curadores do espaço, o palco dará espaço a artistas de diversos gêneros, como a MPB, hip hop, break, samba, dança, percussão, grafite, teatro e muito mais.
Quando Milton Nascimento entoou que os tambores de Minas soariam, eu não fazia a menor ideia do que isso queria dizer. Talvez isso tenha um sentido ainda mais amplo do que pude compreender até aqui, mas o fato é que os tambores – de Minas, de outro canto brasileiro, da Argentina ou do Uruguai – soam alto e forte pelo Candombe. Ngolas, Benguelas, Congos e Nganguelas ainda pulsam pelas ruas da capital uruguaia porque centenas de cativos passaram por elas.
A língua falada no noroeste africano, o kimbundo, foi a escolhida para batizar o som criado pelos escravos que chegavam naquele continente por volta do século XVII. O candombe, você verá, é mais do que um ritmo extraído pelos tamborileiros, foi uma das formas de expressão que os escravos encontraram.
Segundo Keila Grinberg, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e pesquisadora sobre “Dimensões da Cidadania no Século XIX”, o início do século 19 foi marcado pela escravidão, que “estava profundamente estabelecida no Brasil e na América Hispânica, e mais africanos chegavam nestes lugares do que nunca” e, com isso, os costumes migraram junto deles em navios.
Assim começou uma história de abusos, sangue e suor, mas também a história do Candombe, essa dança de atabaques que é típica da América do Sul e foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.
O Barrio Sur é considerado como uma das primeiras moradas dos escravos africanos no Uruguai e ainda hoje vibra. O “tá tá tatá” de um bairro não ecoa em outro canto da cidade: é mais um grupo de Candombe, ou, como chamam, são as comparsas.
Obra de Pedro Figari
O som é extraído de três tipos diferentes de tambor: tambor piano, tambor chico e tambor repique. Essa santíssima trindade do batuque é chamada de La cuerda.
Você já deve ter reparado, o Candombe é cercado por personagens que desfilam a céu aberto com direito a um cortejo. A condução é a responsabilidade escobero, que tem a missão de ser o mensageiro, é seguido pelo gramillero, que é o mestre dos tambores e segue pelas ruas acompanhado por Mama Vieja, personagem feminina caracterizada como uma mulher trajada de cores fortes com um leque nas mãos.
No livro El Carnaval de Montevideo en el Siglo XIX, Jáureguy explica ainda que a data para o ápice da festividade não foi escolhida ao acaso pelos primeiros grupos: “Os candombes começaram no Natal; Seu apogeu foi alcançado no dia dos reis e durou os três domingos seguintes. A grande festa foi em 6 de janeiro, o dia de São Baltasar, o Rei Negro da lenda bíblica. As festividades duraram três dias seguidos e a consagração do rei aconteceu.
Obra de Pedro Figari
Antes das festividades começarem, eles passavam pela cidade pedindo dinheiro, casacos, galeras, cintos, colares, fitas e tudo que pudesse ser usado para vestir o rei com luxo, bem como a sala apropriada para celebrar o evento.” É por isso que podemos observar que as vinte figuras retratadas no quadro de Pedro Figari vestem-se com luxo.
Forte no Uruguai, o ritmo é difícil de definir pelas mãos insensíveis dos leigos mas o vídeo abaixo, produzido em 2015 pelo Mundo a Volta, ajuda a explicar. Apenas encaixar o Candombe em uma definição não basta, é preciso sentir o pulsar dos desfiles que são organizados pelas ruas uruguaias para captar a importância dos tambores para compreender a função da arte enquanto agente catalisador da representatividade e da formação da identidade coletiva e individual.
https://www.youtube.com/watch?v=qLPYDyPb9j8
Muito além da sonoridade, os grupos resgatam aspectos subjetivos da sociedade como a necessidade de que cada indivíduo deve pulsar junto dos demais através do som, o que faz com que todos precisem se escutar para alcançar a harmonizados.
A tentativa de explicar esse ritmo atravessou a fronteira da música e invadiu as telas do pintor montevideano Pedro Figari, que ficou conhecido por retratar a música e a dança festiva que se mesclava a ritos sagrados e a ancestralidade dos negros escravizados que sonhavam com a liberdade.
Obra de Pedro Figari
Se o repique dos tambores tem vibração, o uruguaio encontrou nas cores uma forma de retratar esse elemento central do Candombe no quadro “Candombe”, que remonta aos anos 30. Não só as cores, mas o movimento e a cadência foram transpostas para a imagem que retrato o rito começava no Natal e alcançava seu auge no dia reis, segundo o pesquisador Miguel Angel Jáureguy.
O som que era dos cativos, hoje liberta memórias e arte pelas ruas. Se, lá no começo do texto você ficou imaginando o que os tambores de nossa música tinham em comum, a essa altura, já deve ter compreendido: a herança dos negros escravizados é a nossa linha comum com os hermanos e se manifesta em toda força criativa de nossa cultura. A musicalidade negra foi uma forma de resistência e hoje é impossível resistir a ela, presente em tantos ritmos.
Em 2019, a maior lição que a produção e organização do Psicodália poderiam nos dar foi entregue com sucesso: é muito importante que festivais como esse não parem de acontecer.
Jamais.
É oxigênio demais para uma cena independente que ainda é muito carente de iniciativas como essa.
O que vocês vão ler a seguir é um relato diário do que mais me chamou a atenção durante o Psicodália em 2019, musicalmente falando. Dê play em algum artista que participou dessa festa e chega mais!
Tão logo a festa de boas vindas acabou, o público sabia que o feriado tinha começado oficialmente depois que o Samuca decretou: “bem vindos à selva”. Com um show classudo demais – acho que eu nem tinha vestimenta pra acompanhar esse espetáculo – o combo chegou embalado no groove, apostando no repertório de seu disco mais recente, o elogiado “Tudo que Move é Sagrado”, lançado em 2018.
Com aquele swing todo trampado na malemolência, o grupo não só valoriza o trabalho do Ronaldo Bastos compositor, como também consegue subverter toda essa importância histórica do contexto do movimento do Clube da Esquina, atualizando o hardware do sotaque mineiro da década de 70.
Foi um show bem roteirizado e instrumentalmente muito rico. É interessante observar como a banda trabalha com os ritmos brasileiros, sem chover no molhado.
Essa frase ficou muito boa até pra servir de ponte para o show que veio a seguir. Amaro Freitas (piano), Hugo Medeiros (bateria) e Jean Elton (baixo) chegaram em trio para colocar as visões regionais dos ritmos brasileiros pra groovar junto ao Jazz.
Nós entrevistamos o pianista pernambucano antes do festival – durante o show de lançamento de seu elogiadíssimo segundo disco – o excelente “Rasif”, liberado em solo britânico via Far Out Recordings. No show do Dália, diferente do auditório do teatro do Sesc Pompéia, Amaro e cia se beneficiaram de um formato mais enxuto pra mostrar o quão pesado o Jazz pode ser.
Numa dinâmica muito percussiva e repleta de elementos brasileiríssimos, como o Maxixe, Ciranda e Frevo, Amaro mostrou seu vigoroso estilo ao piano, sempre com embates épicos ao lado da milimétrica bateria de Hugo Medeiros e do sempre criativo rabecão de Jean Elton.
O set passou fervoroso pelos olhos e ouvidos de um público completamente perplexo com o que estava acontecendo sob o palco. As cabeças balançavam como se estivessem imersas no mais intenso bate-cabeça… Foi um set primoroso, tão poderoso quanto o repertório do disco em questão.
Um dos claros indícios de como o festival está expandindo seu leque de sons, a presença de Amaro mostra como o Jazz segue em pauta. Tão logo o show acabou, o pianista já se despediu da rapazeada por que eles ainda tinham que ir para o Recife, afinal de contas o trio estava no line up do Rec-Beat. E depois ainda tem gente que fala que o Jazz é suave… Essa galera de Rasif aí é Punk demais.
Apesar do primeiro dia ser mais curto, os shows foram memoráveis. Eu tive que tomar uma cerveja depois do show do Amaro até pra conseguir digerir tudo que aconteceu. Nem tive muito tempo, tão logo flagrei o relógio, faltavam apenas 20 minutos para a Elza Soares encerrar o primeiro dia de shows no Palco Lunar.
Foto: Gui Benck
Em 2016 Elza foi para o Dália com o espetáculo “A Mulher no Fim do Mundo”. Em 2019 ela voltou com um novo repertório, ainda mais atual e tão impactante e inventivo quanto o anterior. Com “Deus é Mulher”, Elza mostra como a luta frente a representatividade é uma batalha diária. Com um som que segue explorando elementos eletrônicos e outras pirotecnias contemporâneas, Elza & Banda entregaram um show grandioso, feito por uma artista que do alto de seus mais de 80 verões, busca apenas ser mais um agente de mudança.
Foi um longo primeiro dia. O Palco dos Guerreiros reservou grandes momentos para os ouvidos mais resistentes da madrugada. Confesso que foi muito especial ver o Hurtmold tocando num lugar tão especial para a equipe do La Parola. Depois de tantos anos cobrindo o festival, o maior hobby da nossa equipe é imaginar… Pensar numa banda como o próprio Hurtmold e vislumbrar: “imagina esse show no Dália cara”.
Ano após ano é lindo ver esses resgates e esses sonhos realizados. Não teve como ouvir alguns temas do “Cozido” – segundo disco dos caras, liberado em 2002 – e não ficar com os olhos marejados. O minimalismo, o sentimento, o telepático entrosamento e a química dos orvalhos esfriando os ânimos da alvorada. Foi especial.
Sábado
O sábado recebeu as primeiras 24 horas dedicadas ao shows & oficinas do Dália. A programação começou cedo, mas quem levantou junto com o Galo foi muito bem recompensado. Em 2018 um dos maiores destaques do Psicodália foi o Palco do Lado. Em 2019 ele não só voltou reformado, como também chegou promovendo singelas estreias, como foi o caso do show da Gali. Grupo formado por musicistas de diferentes partes do Brasil, essa união surgiu com Camila Garófalo no ponto central do vórtex sonoro.
Cantora e compositora, Camila é também uma violeira com grande tato. Mostrando a força da viola caipira num som que beira o Folk e o Southern-Rock com fortes temáticas sobre o poder de cura da estrada, a banda fez seu primeiro show, estreando num dos maiores palcos do país.
Não só foi uma grande responsabilidade, como também foi um dos melhores shows desse palco. Com uma riqueza instrumental digna de nota, o quinteto feminino veio com baixo, bateria, violino, sith e viola, tudo pra mais uma vez ressaltar o protagonismo feminino e a força de um movimento que mostra como não existem protagonistas ou coadjuvantes quando o objetivo é a conquista de um bem comum.
Ainda no Lago, o próximo show veio com uma ideia completamente diferente. Diretamente do Rio de Janeiro, com o repertório do show AWÓ, o quarteto As Iyagbás entregou um espetáculo que mais do que danças e intervenções rítmicas, busca ressaltar as tradições africanas, sempre utilizando o corpo como o primeiro instrumento.
Naná Vasconcelos dizia que o primeiro instrumento é o corpo. Nesse show em específico essa frase é uma descrição chave para começar a falar desse som, pois o maior legado dessa cozinha é promover um encontro entre os ritmos africanos, sempre em conexão com os ritmos afro brasileiros e a cultura popular. Foi um show de energia bastante intensa, mas a atmosfera era tão leve como uma pena planando no bailar dos ventos sul.
A plateia mostrou grande sinergia com a celebração que estava acontecendo no palco. Foi um lance de interpretação bastante pessoal e deveras ritualístico, mas ainda assim foi uma experiência que mais do carregar os corpos presentes, fez questão de ajudá-los a ficarem mais leves e menos polarizados.
Depois desse show confesso que tirei um tempo pra pensar. Voltei à programação normal para ver um dos shows mais peculiares do festival todo, já algumas horas depois. Com a psicodelia pouco ortodoxa do Irmão Victor, o público do Psicodália teve acesso a um som no mínimo interessante, não só em termos de formato, mas também de conteúdo.
Foto: Gui Benck
Com um instrumental bem pautado num som de Jam Band, a dinâmica do grupo entrega composições sinuosas e com um approach vocal muito doido, com letras que mais pareciam um conjunto de flashbacks de ácido compilados num disco só.
O resultado? Um quarteto do sul do Brasil que consegue fazer um groove pra uma lasanha, um gato diabólico e velhos que bocejam. É tão maluco quanto parece. A pira foi tanta que eu tive que tomar uma gela enquanto esperava pela viola da hermana Sofia Viola.
Com um quê trovadoresco, a argentina fez um show cativante e que foi a primeira amostra do que os nossos amigos de América Latina estão produzindo. Tem coisas muito bacanas rolando e esse show foi uma prova disso, junto com o Chico Trujillo, mas calma que eu já chego lá.
Depois foi a vez do Tom Zé. Um show que foi o reflexo brilhante e genial do artista. Acredito que apesar dos problemas técnicos, a maior lição de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos foi justamente a forma como ele respeitou seu público.
Foto: Gui Benck
Estava rolando uma passagem de som bem junto com o show do Tom e, por isso, ninguém parecia se ouvir. Ele batalhou pra cumprir o itinerário de sua apresentação, mas não gostou da falta de suporte e dos problemas que tanto atrapalharam o som.
Mas o Tom Zé é o Tom Zé. Com um som ainda vacilante, o cara foi lá e chamou a plateia no gogó. Teve música especial para o Psicodália e o que fica… Ah, o que fica é isso aqui: Obrigado Tom! Que mais pessoas sintam essa grandeza que você carrega com a naturalidade de uma criança.
Passados já algumas horas, era chegada o momento da programação noturna. No palco Lunar, o público esperava por Xenia França, que no dia de seu aniversário, não poderia ter ganho um presente melhor do que um coro de parabéns pra você.
Com um dos shows mais disputados da cena, Xenia é mais um nome que vem ganhando não só reconhecimento, mas principalmente espaço nos maiores palcos do Brasil. Dona de uma voz doce e de uma baianidade cósmica que de fato eleva os ouvidos que ficam expostos a sua voz, esse show foi um dos pontos altos do festival.
Com um repertório e uma banda azeitadíssima, gostaria de destacar o trampo do baixista Robinho Tavares. A abordagem percussiva de suas notas graves deixavam o som pulsando ainda mais forte, com uma performance de grande brilho e luxuriosa luz própria.
Pouco tempo depois, nossa equipe estava na correria novamente pra poder mandar um jantinha antes do show do Cordel de Fogo Encantado, um dos shows mais esperados de toda a programação do evento.
O palco é pernambuco, mais uma vez. O background? A saudosa literatura de cordel e no plano de voo um som interdisciplinar que eleva o poder imagético e lúdico da linguagem.
Foi uma bela troca entre público e plateia, mas olha, ouso dizer que a pressão foi ainda maior quando a Dona Onete encerrou a programação do Palco Lunar com um bailão de respeito.
A Dona Onete é uma cantora, compositora e poetisa do Pará. Hoje, quem vê um show dessa nobre senhora não consegue acreditar que do alto de seus 79 verões paraenses não existam ao menos 30 anos de carreira.
Digo isso, pois bastam 10 minutos no show dela pra você sacar a potência do Carimbó. Ninguém ficou parado e o bailão foi noite adentro enquanto a Dona Oneta se esbaldava, cantando temais de seu primeiro disco, “Feitiço Caboclo” (2012) e do segundo e mais recente, “Banzeiro” (2016).
Eu confesso que fiquei de cara. 1 hora da manhã e ela seguia acordadíssima, enquanto a sua avó já foi dormir 3 vezes. Foi a maior festança do festival. Tem que respeitar o Carimbó Fumegado, papai.
Depois do show da Dona Onete meu joelho já começou a vacilar e o momento não poderia ser pior. Eram pouco mais de duas horas da manhã quando Kiko Dinucci veio destilar os seus Cortes Curtos. O potente show do guitarrista natural de Guarulhos coloca a guitarra no centro de uma cozinha carne de pescoço.
Foto: Gui Benck
A grande piração é como ele encurta distâncias estéticas com apenas um riff. É justamente dessa forma livre como ele emula o samba numa roda Punk, que é possível observar como a nossa música ainda pode subverter muita coisa pra seguir retratando nosso flagelo moderno, enquanto somos esnobados pela Morena do Facebook.
Domingo
O domingo foi um dia surpreendente. Musicalmente, começou só às 14h, mas acredito que não teve uma hora melhor para contemplar o trampo do Gloire Illonde. Nascido na República Democrática do Congo, mais especificamente na cidade de Kinshasa, a arte interdisciplinar do rapaz engloba elementos como a cerâmica e a pintura, além da música e trabalhos audiovisuais.
Foto: Gui Benck
Em 2018, Gloire lançou o que foi, indiscutivelmente, um dos melhores discos independentes lançados no ano passado. Ao lado do envenenadíssimo combo instrumental da Brass Groove Brasil – o cantor que há 7 anos mora em Florianópolis – consegue promover um elo muito rico entre raízes, o Funk, R&B e a força rítmica da percussão. Tão competente e fiel ao que foi eternizado em “Sambolê”, o show do meliante foi o maior barato.
A galera ia passando pelas adjacências do palco e ia ficando… Foi massa vê-lo sob o palco, com um notório brilho no olhar e um tesão por estar fazendo parte daquilo tudo.
Logo depois era a vez do Corte fazer sua estréia no Psicodália. Grupo formado por Daniel Gralha (trompete), Cuca Ferreira (saxofone), Marcelo Dworecki (baixo/guitarra), Alzira Espindola (voz/baixo) e Fernando Thomaz (bateria), o som fruto dessa união é uma das coisas mais interessantes que apareceram na cena nacional nos últimos tempos.
Foto: Gui Benck
Fundada a partir do Bixiga 70, o grupo surgiu em 2015. Agitado pelo Marcelo Dworecki, a banda está na ativa desde 2015 e conta com um disco homônimo, lançado em 2017. O som, no entanto, não tem nenhuma relação com o Afrobeat abrasileirado do Bixiga.
No Corte a dinâmica se dá de maneira diferente. O trampo de metais, por exemplo, anda em paralelo, promovendo interlúdios que estabelecem verdadeiras conversas entre o sax e o trompete. Em função do trampo de baixo, bateria e guitarra, a cozinha vira um Rock ‘n’ Roll com uma pegada de bat-macumba muito original.
A presença de Alzira adiciona um elemento bruxólico no som. As letras funcionam como um verdadeiro fluxo de consciência e quando ela vai para o baixo e o Marcelo pega a guitarra, o groove se mantém, meio experimental e ancestral.
É ríspido, seco e em termos de dinâmica muito interessante. Foi mais um show que colocou o Jazz na mente da galera – de alguma forma – e a resposta do público foi muito positiva. Destaco o trampo do baterista Fernando Thomaz, que acompanhou toda essa cozinha com um estilo muito leve e vistoso que consegue cumprir a difícil tarefa de acompanhar essa fritação toda.
Nessa hora a temperatura em Rio Negrinho era alta. O tempo foi muito bondoso com o carnavalesco esse ano. Só choveu uma vez ao longo de 5 dias. As tardes eram quentes e conforme o céu escurecia as estrelas recebiam a queda de temperatura ao som dos orvalhos.
O Azymuth tocou nesse meio tempo, fechando a programação do Palco do Sol e vou lhe contar, poucas coisas são tão bonitas quanto um fim de tarde ao som de Azymuth. Com um show antológico, a vanguarda nacional do swing gastou o Funk, brincou com a linguagem do Jazz e chamou o Samba pra groovar o Psicodália.
Sabe aquele som cremoso? O groove é isso. Aquela batera fazendo só a caixa e você já com a cara magoada. Aquele teclado na estica fazendo a cama em “Voo Sobre o Horizonte”. Foi um momento especial, quase sinestésico.
E foi sobre essa aura magnífica que saí dançando Bob Dylan pelo show da Lucinha Turnbull. O repertório orbitou o Blues-Rock e sob o palco, era nítido como a pioneira guitarrista paulista estava feliz e à vontade. Só faltou tocar uma guitarra baiana, mas isso ficou sob a responsabilidade do Pepeu Gomes.
O único problema no show do Pepeu foi que os músicos pareciam não se ouvir. As guitarras estavam oscilando, mas o grupo fez o possível para emular a verdadeira guitarrada que é o repertório do “Geração do Som”, primeiro disco solo do guitarrista, lançado em 1978.
Acredito que a qualidade do show foi prejudicada pelo som que estava meio vacilante. Pepeu deu claro indícios que pouco se ouvia, mas o som se manteve sempre em plena reverberação e depois eu encerrei meu domingo ouvindo muita Cumbia. Talvez essa seja a maior responsável pela dor do meu joelho, a Chico Trujillo.
Foto: Gui Benck
Banda chilena que parece uma versão com mais groove da multiétnica Gogol Bordello, o som dos caras não é o Carimbó da Dona Onete, mas colocou todo o Palco dos Guerreiros no bolso. Ninguém ficou parado, mas depois parecia que você tinha sido atropelado por um ônibus.
Segunda
Devido ao impacto de todo o Reggae, Ska e Cumbia da noite anterior, confesso que minha segunda feira começou só as 18h. Depois de muito dorflex e uma cerveja – porque ninguém é de ferro – desci para começar a me recuperar ao som de Anelis Assumpção.
Anelis, mais do que uma trilha sonora, resolveu dois problemas pra mim. O primeiro deles foi que rolou um Dub no show, algo que eu acho que está em falta no Dália, até mesmo na programação da Rádio. Anelis não só botou seu enorme vocabulário pra funcionar – com aquela reggaeira jamaicana por um rápido momento – como ainda chegou com outras referências quando começou o repertório de “Taurina”, seu terceiro e elogiado disco de estúdio, lançado em 2018.
Um dos shows mais aguardados do festival, vê-la ao vivo no Psicodália pareceu um prêmio e eu senti que estava no lugar certo, na hora certa. Aliás, essa sensação perdurou por toda segunda-feira. Quando o relógio marcou 22h então, aí foi a hora da Hermetagem.
Compacto, com André Marques (piano), JP (saxofone), Ajurinã (bateria), Itiberê Swarg (baixo) e Fabio Pascoal, Hermeto & Grupo – sob a batuta do repertório do disco “No Mundo dos Sons”, lançado em 2017 via Selo SESC – mostraram as nuances da música improvisada.
Foi uma grande oportunidade para se compreender um pouco mais sobre o caráter volátil da musicalidade de Hermeto Pascoal. A produção do multi-instrumentista segue muito ativa nos últimos anos e a música universal mostra como não existem limites para a exploração sonora.
Foto: Gui Benck
Vale ressaltar que o show do Hermeto também teve que superar alguns problemas técnicos. O vocal do homem de gelo estava baixíssimo e depois de regulado, seu teclado morreu, mas o velhaco já foi para o piano até a situação ser regularizada cerca de 5 minutos depois.
Ainda nesse ponto sobre o som, vale ressaltar que as bandas que trouxeram técnico fizeram os melhores shows do festival. O Abayomy fez isso e trouxe uma incandescente conexão espiritual com o seu Afrobeat carioca.
Já na passagem de som era nítido como a casa ia cair. Eles mandaram um Dub antes e só isso já teria sido um bom sinal. Quando eles estavam passando o baixo de “Malunguinho” eu senti que algo grandioso estava prestes a acontecer. O palco chegou a ficar pequeno, tamanho era o número de integrantes do grupo.
Um dos instrumentais mais ricos do festival, o entrosamento do grupo era hipnótico, a percussão parecia ter entrada na mesma frequência dos corpos da plateia e no fim eu achei que todos dançavam no mesmo ritmo. Foi uma experiência muito forte e enquanto ela ainda latejava minha mente, fiquei estupefato com o show da Picanha de Chernobill.
Foto: Gui Benck
Pelo fato de residir em São Paulo, declaro que estou mimado e vejo o show dos caras praticamente toda semana, em sua residência dominical na paulista. Mas vê-los fechando o Palco dos Guerreiros, já depois das 5 horas manhã foi diferente.
Talvez porque tenha coroado tantos anos de correria por parte da banda. São mais de 10 anos de estrada e isso fica nítido com a seriedade do Blues-Rock que sai dos falantes.
Terça
O último dia de Psicodália é triste, mas não chega a ser um domingo, domingos são bem piores. No entanto, fomos em direção ao groove, mesmo que cambaleantes. No último dia de rolê, no entanto, o nosso cronograma foi mais restrito em função da necessidade de desmontar o acampamento, mas valeu demais a correria pra desfrutar do Culto ao Rim e do Hamilton de Holanda.
Foto: Gui Benck
Um dos grupos de Jazz mais cabulosos de São Paulo, o Culto ao Rim foi mais uma atração Jazzística que ficou no Dália. Dona de um dos melhores shows do festival, o projeto formado por Gabriel Magazza (baixo), Carlinhos Mazzoni (bateria), Rodrigo Passos (guitarra) e Richard Firmino (sopros) trouxe técnico de som, máscaras e um dos shows mais pesados, performáticos e desafiadores do Psicodália.
A proposta do Culto ao Rim é claro: desafiar convenções. Com esse objetivo, músicos de grande poderio técnico e um som que absurda da improvisação, o grupo cria derretidas visões sonoras para o caos contemporâneo. O trabalho de sopros e a bateria merecem grande destaque nessa estrutura. O clima fico muito cósmico-psicodélico.
E pra falar que não choveu no Psicodália, depois de 5 dias de cáustico calor, coube ao Hamilton, fazer sala para a chuva, um detalhe que apenas abrilhantou seu instrumental. O primoroso show de um dos maiores compositores brasileiros colou a galera pra dançar, debaixo de chuva mesmo.
Numa vertigem tropical quente e escarlate, Hamilton desafiou o bandolim uma vez mais, enquanto a plateia sentia a febre de seu fraseado. Hora sambista, algumas vezes enfurnado no choro e de vez em quando na pilha do Jazz, seu som é sempre 100% brasileiro.
Foi o show perfeito para encerrar o Psicodália. Vivemos tempos difíceis e é importante ressaltar a nossa própria cultura. Ela é tudo o que temos e é necessário valorizar essa beleza.
O Festival Psicodália 2019 acabou, mas com isso vem uma coisa legal quando as coisas terminam: as boas memórias.
Tivemos a oportunidade de estacionar nossa nave lá pela 6ª vez para mostrar aqui um pouco (só um pouco porque tudo não tem como) do que aconteceu durante o carnaval em Rio Negrinho, SC.
O fotógrafo Gui Benck fez esse belíssimo registro que aqui se encontra. São 90 fotos de cair o queixo. É tanta foto que eu poderia dizer que é pra olhar até cansar, mas não, não tem como cansar de ver tantas fotografias incríveis.
Dê o play no seu artista preferido que tocou no Psicodália e boa degustação!
Um dos grandes serviços que o Psicodália presta ao seu público, além de oferecer um festival multicultural com estrutura e organização, diz respeito ao cuidado com o qual a curadoria do festival promove resgates brilhantes de nossa própria cultura.
Em um país onde o povo tem memória curta, cabe ao Dália a difícil tarefa de orquestrar um line up que equilibre o novo, o hype, o independente e o analógico. Parece impossível, mas o festival chegará em sua vigésima segunda edição em 2019, mantendo exatamente essa mesma receita desde que começou.
Os Mutantes tocando o brilhante “Tudo Foi Feito Pelo Sol”, Cátia de França tocando o repertório do clássico e obscuro “20 Palavras ao Redor do Sol”, Terreno Baldio, Di Melo… Esses são apenas alguns resgates que o festival promoveu em sua história recente, justamente pra mostrar como a música brasileira é rica e que, apesar dos nomes do mainstream, é sabido que os grupos citados acima, apesar de esbanjarem qualidade, não tiveram a mesma sorte para chegar aos ouvidos do grande público.
E o Azymuth é um deles. Uma das bandas mais importantes da história da música brasileira, os cariocas desbravam o groove numa carreira que já compreende mais de 40 anos de história, com mais de 30 discos de estúdio e inúmeras colaborações ao lado de nomes como Marcos Valle, Tim Maia e Belchior.
Com uma legião de fãs na Europa, Estados Unidos, Inglaterra e Japão, o grupo formado no Rio de Janeiro em 1973 foi a primeira banda brasileira a participar do Montreux Jazz Festival. Formado por alguns dos mais requisitados músicos de estúdio do Rio, Ivan Conti (bateria), Alex Malheiros (baixo) e José Roberto Bertrami (teclados), o grupo descabelou a crítica especializada graças a sua pioneira fusão de Funk, Samba e Jazz Fusion.
Mas o que poucos sabem é que o Azymuth continua na ativa, fazendo o groove de gato e sapato com a mesma perícia dos primórdios. A única mudança recente na configuração do trio foi a entrada do tecladista Kiko Continentino para fazer as teclas no lugar do já falecido José Bertrami.
Vivendo uma fase interessante, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento obtido no país, o Azymuth vem aparecendo para novos ouvidos e segue encantando com a mesma magia de mais de 40 anos atrás. Foi com isso em mente que o Dália colocou o caras no line pra edição de 2019
Nomes como o de Moacir Santos, Airto Moreira, Arthur Verocai e o próprio Azymuth possuem mais reconhecimento fora do Brasil, uma injustiça que o Psicodália está ajudando a desmistificar, colocando o som do grupo em mais pares de ouvidos brasileiros.
Sobre o Psicodália 2019, em Rio Negrinho (SC)
A oportunidade de assistir ao Azymuth está aí, na 22ª edição do Festival Psicodália, que acontece entre 1 e 6 de março, na Fazenda Rio Negrinho. Sobre o festival, o diretor Klauss Pereira comenta que:
“A história do Psicodália foi construída com base em dois principais ideais musicais: trabalhar para criar espaço para os novos artistas, que foi a ideia embrionária do festival, e valorizar os grandes artistas que conduziram a música brasileira e mundial até onde estamos. Muitos desses artistas continuam na ativa. Testamos essa união logo nos primórdios do festival e deu cada vez mais certo. Os artistas consagrados fazem shows históricos e atraem público de todo o país e até de fora do Brasil. E esse público tem acesso às novas gerações que estão surgindo ou que já tem algum tempo de estrada, mas são desconhecidos por parte do público”.
Informações úteis
Data: de 1º a 6 de março de 2019.
Local: Fazenda Evaristo – Rio Negrinho/SC.
Ingressos: A partir de R$ 430,00 (meia-entrada). Os bilhetes estão à venda no site Disk Ingressos, com parcelamento em até 6x sem juros.
O 2º lote vai até dia 26 de dezembro. Após isso, a meia entrada passará a R$ 460,00. E, a partir de 1º de janeiro, o parcelamento passará a ser em até 3x sem juros.